quarta-feira, 28 de março de 2012

"A viagem é a recompensa"


Um resumo da biografia Steve Jobs, de Walter Isaacson

Steve Jobs é uma lenda. Mais que o CEO da Apple, foi um gênio inventivo que extraiu da imaginação criações absolutamente extraordinárias, às vezes mágicas. Quando as pessoas as olhavam, diziam Quem é que precisa disso?. Porém, acabavam descobrindo que não sabiam como viveram, até o momento, sem esta ou aquela maravilha.
Eu sempre li muito sobre Jobs e a empresa de sucesso duradouro da qual era cofundador, a Apple. Mas jamais tinha me passado pelos olhos algo tão profundo quanto Steve Jobs, livro escrito por Walter Isaacson (que também escreveu sobre outros dois gênios: Albert Einstein e Thomas Edson). É uma biografia das mais interessantes e instigantes que já vi. Mostra o revolucionário da computação pessoal (e outras cinco indústrias: o cinema de animação, a música, a telefonia celular, a computação em tablet e a edição digital) como ninguém ainda fez, de maneira imparcial e impecável, em uma biografia autorizada e com a colaboração de Jobs. São mais de 40 entrevistas realizadas ao longo de dois anos, além de conversas com amigos, familiares, adversários e concorrentes.
Espiritualizado, impulsivo, impetuoso, teimoso, temperamental, controlador e chorão – esse era Jobs: um ser humano absolutamente normal e apaixonado. Talvez todas essas características, que por vezes incomodaram algumas pessoas, fizeram com que ele se tornasse um cara muito a frente do seu tempo.
Não freqüentou a universidade até o fim, mas sempre foi curioso, perfeccionista, inovador e ousado. Passou uma temporada na Índia, era vegano desde a adolescência, tomou LSD e aproveitou-se das viagens causadas pelo ácido para criar, já que era um verdadeiro artista.
Na garagem da casa de seus pais fundou a Apple em 1976, com seu amigo Steve Wozniac. Se dedicou de corpo e alma até o fim da vida. Foi Jobs que percebeu que o computador deveria estar ao alcance de todos. Se não fosse por Steve Jobs, provavelmente não estaríamos aqui, nem eu, nem você. Se ele não tivesse interferido no curso do planeta, a IBM, a Microsoft, a Xerox e a HP teriam transformado o computador em equipamento para utilização exclusiva dentro de empresas, tal como um grampeador ou um cesto de lixo.
Foi diferente porque sua preocupação dentro das empresas não era o lucro, mas as inovações, o design e a boa engenharia, tudo para nos satisfazer. Por ocasião do lançamento do iPhone, Jobs proclamou “estamos avançados 5 anos na telefonia”. Não poderia haver frase mais verdadeira. Somente agora, quase 5 nos depois, o Android consegue fazer algo semelhante ao smartphone da Apple. Mas jamais, jamais, vai conseguir um efeito tão hipnótico e apaixonante nas pessoas quanto o da Apple de Jobs.
Cada apresentação magistral de produto por Steve Jobs ocasionava um rebuliço em todos os meios de comunicação. Os lançamentos eram responsáveis por filas quilométricas. Até o cofundador da Apple, Wozniac, fazia plantão nas filas para adquirir o produto ao invés de pedir que lhe fosse entregue em casa.
Acredite: Jobs não fazia pesquisa de mercado. Seguia teimosa e insanamente a intuição, e sempre funcionou. Quando indagado acerca do assunto, respondeu: “As pessoas não sabem o que querem até ver o produto”. Acho que ele tinha razão. Eu mesma fui instada a adquirir um iPhone e simplesmente me negava, justificando que não encontraria tempo nem saberia utilizar todas as funções. Ledo engano. Agora não consigo viver sem meu iPhone e absolutamente TODAS as suas funcionalidades. Para se ter uma ideia, os produtos de Jobs são tão simples, que até uma criança analfabeta de 6 anos da Bolívia consegue manipular um iPad (essa história é verdadeira e está no livro).
Steve Jobs foi o livro que mais rápido eu li na vida – e eu leio muito. Queria terminar logo e, ao mesmo tempo, não queria que acabasse… simplesmente apaixonante. Recomendadíssimo. Como Jobs mencionava quando queria convencer a equipe a fazer algo novo: “A viagem é a recompensa”.

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