Pois é, a gente sempre se achando
forte demais, dona de si demais, inatingível demais e, quando menos espera,
vem uma bomba, daquelas infinitamente potentes, e destrói todos, mas todos os
castelos de areia. Só sobram os farelinhos.
O tamanho do tombo demonstra
a dimensão do sentimento. Dá para descobrir também pela quantia de machucados,
roxos, arranhões e tal.
É quando a gente para e pensa: de
novo!?
Outro dia vi uma
guria num filme dizendo que teve 8 desilusões amorosas. Eu parei para pensar em
quantas eu tive. E qual foi a minha surpresa quando contei e me deparei com 8,
tal qual a moça do filme. Pensei: ainda bem que não foram 7, porque 7 até hoje
eu considerei meu número da sorte. Agora 8? Ah! 8 não é nada!
Não, 8 é muito! Ter 8 dodóis de
amor é chato. E ruim de carregar, sim, porque é um fardo que a gente carrega,
como no conto das pedrinhas na saca. Eu carrego 8 pedras .
Queria poder dizer que essas 8 desilusões não foram nada, pessoas irrelevantes e sem significado algum. Mas seria
mentira. Cada um teve o seu tempo e sua história. Ninguém passa pela vida da
gente por acaso. Quem passou pela minha vida e me machucou, fez uma casca ao
redor de mim crescer. Hoje essa casca tem 8 camadas. E me mantém, creio eu, mais forte.
Tenho uma amiga que diz: “ah, mas
a gente cai, se machuca, levanta e começa tudo de novo, assim é a vida!” Que
belíssima frase! Essa pessoa realmente está evoluída (sozinha ainda, mas evoluída). Ainda
não cheguei nesse nível. E olha, para dizer bem a verdade, ando totalmente
descrente.
As pessoas dizem: “a tua hora vai
chegar, tu merece algo melhor, bem melhor do que os te apareceram até agora”.
Na hora acalma, mas quando eu levo uma bordoada penso: eu não sou tão boa
assim, não é possível. Ou esse cara não existe. Ou está vindo a cavalo, de
tanto que eu desejei um príncipe encantado dos contos de fada da Disney.
O fato é que estou aprendendo, há
anos e a duras penas. Ainda não encontrei o ser que goste de música, literatura,
cinema e café; que saiba tocar violão; que me entenda e me respeite (porque se
não agüentar meus defeitos, como pode ter as minhas qualidades? Foi a Marylin
que falou isso, né?); que seja leal e não conte mentiras (por favor!); que seja
espiritualizado; que brinque comigo de descobrir desenho em nuvens; que possa
passar uma tarde inteira deitado na grama ao meu lado contando histórias de
fazer rir. Será que não quero demais? Acho que Santo Antonio já desistiu de
fazer essa pessoa chegar até mim (se é que ela existe...).
Novamente eu fiz a tal promessa:
não vou mais me apaixonar e não vou mais permitir que ninguém me machuque. 8 é
demais, né?
Mas... e se o 9º chegar...?
Oito desilusões? Aproveitastes a vida, hein menina! Não posso reclamar das minhas duas, embora no fim todas parececem Capitus,é inegável a contribuição que deixaram para o meu mundo. Adoravam literatura e como, quixotescamente, procuravam o livro definitivo, capaz de preencher todas as lacunas de suas estantes, perceberam logo que o romance de banca, este que aqui escreve, não era capaz de supri-lo. A vida é assim, as vezes o príncipe não vem ou simplesmente não tem vocação para se-lo. Abraços. Valdir Vidal Negreiros
ResponderExcluirE vai dizer que cada dorzinha não traz boas histórias? Se o príncipe não vem, brinquemos com os sapos. Chá-das-cinco com o resto das princesas, livros não hão de faltar. E que sim, venha o 9º. É o 10º que podes dispensar.
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